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Amigas lamentam morte de Roseli e entendem que crime foi premeditado

foto perfil anete3
Anete Lacerda

Amigas de Roseli Valiati Farias, a Rose ou Lila, como era carinhosamente chamada na intimidade, estão em choque com o fim trágico da mulher que teve a vida interrompida de forma assustadora e inesperada por um homem com quem estava envolvida, mas era desconhecido da família, e conhecido por pouquíssimos amigos.

A empresária Simone Bandeira, dona da gráfica em que Roseli trabalhava há 18 anos, diz que ela tinha muitos planos e estava de viagem marcada no próximo feriado com o pai, que tinha o sonho de viajar de trem, que seria realizado por ela num passeio a Belo Horizonte no dia 29 de outubro.

“Semana passada ela tirou o passaporte e ia tentar um visto para os EUA, onde tem familiares. Tudo mostra que o que ela queria era viver”, relata.

Simone contesta veementemente a versão de que ela não queria terminar. “Isso é absurdo e não faz sentido, pois nunca conheci, a vida toda, uma pessoa tão pacífica e com um astral como o da Rose, que sempre foi jeitosa e carinhosa, e que se tivesse problema, sempre resolvia com muita amorosidade”.

Fotos: Redes Sociais

Flávia Fernandes, de 20 anos, que conhecia Roseli desde que tinha seis anos de idade e convive desde então com sua família, conta que ela sempre foi uma mulher muito alegre e uma mãe exemplar, e que nunca, em hipótese nenhuma, escolheria a morte ao invés de se afastar do homem que a matou, o pecuarista Alexandre Vaz Nunes.

Flávia se revolta porque o assassino passou a falsa imagem de que Roseli estaria forçando um relacionamento e ele não queria viver aquilo.

“Para mim, uma relação que não é oficial (a família não o conhecia) seria muito fácil de ser terminada. Roseli era uma mulher tão família que não sei colocar em palavras. O cuidado que ela tinha com os irmãos, com o pai e com o filho era lindo”.

Flávia relata que após o falecimento da mãe, eles se uniram ainda mais em prol de dar apoio, força e cuidados ao pai dela. “As pessoas acham mesmo que ela escolheria morrer ao invés de findar a relação com o assassino?”, questiona.

Nathália Thomaz é outra que convivia com a vendedora há dois anos e diz que ela era muito passional e que tudo para ela era muito intenso.

“O que eu posso dizer é que ela era uma mulher extremamente alegre, guerreira, preocupada com os amigos ao redor. Quando a gente vê na TV notícias de mulheres sendo mortas pelos companheiros, sente uma angústia muito grande. Mas quando é com uma amiga, parece mentira”.

Segundo Nathália, ela anda na rua (principalmente se estiver sem movimento)com medo, independente do horário.“Tenho medo de ser assediada e violentada porque a cada dia mais a gente vê os casos de feminicídio aumentarem de forma exponencial. E não vemos nenhuma ação pública ou política que busque reverter esses casos e estatísticas assustadoras”.

Premeditação

Flávia Fernandes diz que nada tira de sua cabeça que o crime tenha sido premeditado, porque para terminar, bastava fazer isso por telefone, bloquear, e não chamar para assistir um jogo e dar um tiro na cabeça.

“Se ele queria o afastamento, não teria porque convidá-la para ir até a casa dele. É exatamente essa sensação que eu senti ao ver a coletiva de imprensa do delegado”.

“Nós mulheres não podemos nos calar perante situações de total covardia e brutalidade como essa. Faço um apelo para que todos nós levantemos a  hash tag #justiçaporroseli”, apela. “Não podemos continuar virando estatística de braços cruzados”, destaca Nathália.

Simone é outra que acredita na premeditação do crime. “Qual seria o rabo preso que o assassino teria ao ponto de achar, na sua cabeça doente, que matar Roseli seria a solução,” questiona.

Inconformada com a morte precoce da amiga, Simone diz que esse homem tem que ser exposto, uma vez que tudo indica que ele é um aproveitador de mulheres e faz isso de forma recorrente.

A empresária acredita que tem mais coisa envolvida nisso e a polícia tem que investigar muito bem. “A frieza desse homem sugere que ele já fez isso outras vezes. É assustador. A Roseli chegou por volta das 18h48 e às 20h o telefone dela não atendia mais. Dormir de uma hora para a outra? Em menos de uma hora? Isso tem que ser muito bem explicado”, pontua.

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