A Electronic Arts (EA), produtora dos jogos FIFA, já deu a sua declaração a respeito dos tokens não-fungíveis (NFTs): os amantes da franquia FIFA podem esperar sentados, porque não há previsão da entrada dos NFTs nos gramados. Segundo o CEO da desenvolvedora e distribuidora, Andrew Wilson, não há possibilidades da empresa lançar projetos no mundo de blockchain e tokens não-fungíveis – pelo menos não por enquanto.
Este anúncio foi feito no primeiro dia deste mês de fevereiro, durante uma teleconferência onde a EA apresentou os seus resultados financeiros durante o terceiro trimestre de 2021.
O recuo da empresa agradou aos jogadores e investidores que não curtiram um anúncio feito pelo CEO três meses atrás. Na ocasião, Wilson afirmou que as tecnologias de blockchain estariam no radar da EA, e que elas seriam “o futuro de nossa indústria”. Hoje, porém, ele já pensa em uma avaliação mais de longo prazo e, questionado a respeito de possíveis investimentos em projetos envolvendo NFTs, ele descartou a ideia.
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No anúncio, Andrew Wilson afirmou: “Acredito que a colecionabilidade continuará sendo uma parte importante de nossa indústria e dos jogos e experiências que oferecemos aos nossos jogadores. Se isso faz parte da blockchain e NFTs, bem, isso ainda vamos ver. E acho que a maneira como pensamos sobre isso é que queremos oferecer a melhor experiência possível ao jogador, vamos avaliar isso ao longo do tempo, mas, no momento, não é algo em que estamos nos esforçando”.
A preocupação com a inserção da EA na indústria de tokens se deu por conta da ascensão surpreendente que esse fenômeno teve nos últimos anos, com a digitalização do consumo impulsionado pelo isolamento social. Também no setor de games, vimos uma maior procura por opções mobile e cassinos com rodadas grátis, que permitem a novos jogadores testarem as plataformas sem custo algum, com dezenas de free spins sem depósito inicial. Nestas plataformas de jogatina virtual, você pode ganhar dinheiro enquanto se diverte, de maneira semelhante às opções de games play-to-earn, mas sem um grande custo inicial.
No início de novembro de 2021, ao falar na teleconferência de resultados da empresa, o CEO da gigante dos games deu a entender que a empresa iria adotar os NFTs em jogos do tipo play-to-earn. Na ocasião, ele ainda mencionou que a EA iria pensar “de forma mais inovadora e criativa sobre isso no futuro”.
Nintendo também tem cautela
A EA mostrou estar seguindo outra empresa de jogos, a Nintendo, que recentemente também anunciou que não irá fazer uma expansão para o metaverso até ter uma garantia de que os seus jogadores poderão obter a “surpresa e diversão” que esperam.
Durante uma coletiva de imprensa, o presidente da companhia, Shuntaro Furukawa, afirmou que “não seria uma vantagem, trazer de repente pessoas que não pensam como a Nintendo”. Neste caso, ele se referiu à expansão da Nintendo através do licenciamento a empresas focadas em metaverso.
Vale lembrar que a Nintendo sempre foi superprotetora com a sua propriedade intelectual. Porém, a fala do CEO não agradou os acionistas e investidores da companhia, que buscam lucros sobre jogos para dispositivos móveis, por exemplo, e querem que ela expanda o seu regime de licenciamento. Além disso, a empresa adotou medidas contra projetos baseados em cripto e NFTs que estejam remotamente relacionados aos seus personagens.
Os comentários de Furukawa ocorreram uma semana depois do criador do Playstation, Ken Kutaragi, ter se manifestado, chamando o metaverso de “isolador” e os headsets utilizados para interagir neste mundo de “irritantes”. Por outro lado, a Microsoft fez o oposto e recentemente adquiriu a Activision Blizzard por 70 bilhões de dólares – com o motivo de que a mudança e aquisição “forneceria os tijolos necessários para sua instalação no metaverso”.