Treze eram os quilômetros que separavam a esperança e o desespero. Uma história que começava num passado talvez distante, numa infância onde até os sonhos eram recursos escassos, um encantamento que transbordava quando a ponte era vista ou atravessada. Encantava pela sua grandiosidade, pela vista que descortinava e pelos dias felizes que parecia anunciar.
Um dia, a ponte foi atravessada de um jeito que parecia ser definitivo. Virou elemento da rotina e não mais daqueles pontos esparsos de alegria. Continuou a ser bela e grandiosa, encantou quando foi atravessada por baixo, seguiu fazendo o papel físico para o qual foi construída.
Até que o sentido se inverteu. O sul virou desespero, o norte virou esperança. A ponte era alegria ou tristeza conforme o sentido no qual era atravessada. Conforme o desespero crescia, atravessar a ponte no sentido sul passava a ser cada vez maior. Tantos eram os questionamentos, os planos que pareciam dar sempre errado, e o caminho veio pelo ar. Como deveria ser, não como era desejado. O sentido norte continua a ser o da alegria e da esperança, mas o sul deixou de ser desespero, porque a ponte foi atravessada de vez!