Fazer diferença na vida das pessoas deveria ser um compromisso de todo ser humano, independente da profissão, condição social ou credo religioso.
Isto porque quando um cidadão se importa com o outro pode mudar o mundo, e também o futuro, de pessoas que muitas vezes se sentem excluídas e indignas de ocuparem um espaço na sociedade.
No período das festas de fim de ano, quando a sensibilidade está à flor da pele e as promessas de ser uma pessoa melhor se repetem, seria importante questionar se a nossa presença melhora ou piora a vida em sociedade.
A nossa matéria aborda exatamente a história de pessoas que fazem a diferença. Vamos falar especialmente de uma professora que ajudou a mudar a vida de um aluno com dificuldade de aprendizagem a partir de um olhar sensível.
Ele estudava na Escola Lions do BNH de Cima, em Cachoeiro, e não foi desvalorizado, humilhado, chamado de burro ou difícil e nem ouviu palavras que o fizessem desistir de seguir em frente. “Ela sempre falava que me ajudou a virar uma chave, não mudou a minha vida, como eu sempre dizia para ela”, destaca o ex-aluno.
O menino que se sentia deslocado em meio a colegas de classe muito menores que ele, e que quase não aprendia, ouviu de uma professora chamada Regina Peccini a pergunta sobre o que ele gostava de fazer.
Ele não teve dúvidas na resposta: tocar violão. Na época, com cerca de 12 anos, ele já compunha suas primeiras músicas, e foi autorizado a levar o instrumento para a escola.
Ao tocar e ver amigos e professores apreciarem o seu dom, além do olhar de admiração e respeito, talvez pela primeira vez na vida, sua história começou a mudar.
“Para uma criança que se sentia muito desprezada, e que não se aceitava, foi importante demais. Foi uma grande motivação e mudou tudo”, relata o menino que hoje se tornou cantor gospel, se casou e tem um filho.
“Levar o violão para a escola foi um instrumento contra a minha insegurança e um grande aliado para vencer os meus medos e os meus complexos”, enfatiza.
Ele conta que quando cantava com os irmãos (que posteriormente lançaram um CD através do Vocal Asafe) em casa se sentia em paz, e que levar a sua arte para o lugar da dificuldade fez com que se superasse.
Segundo o cantor, superar as perdas é uma grande conquista. “Eu me superei e consegui ter paz. Eu me senti valorizado tocando e todo mundo em volta de mim falando da minha importância. Eu acreditei”, ressalta.
O menino que teve a vida mudada pela sensibilidade de uma professora diz que às vezes chegamos ao fim do ano focados em todas as batalhas que perdemos.
“É sempre bom lembrar que perder a batalha não significa perder a guerra, mas um preparo que nos torna mais fortes para vencer”, acredita.
Quem é o menino que enfrentou muitas dificuldades na infância e teve a vida mudada pela arte e pela fé? Anderson Freire, 41 anos, cantor e compositor cachoeirense, que conquistou o Grammy Latino 2021, na categoria “Melhor Álbum de Música Cristã em Língua Portuguesa”, com o EP “Seguir Teu Coração.
Que neste e em todos os outros natais possamos ser gotas de esperança e renovação na vida de pessoas que precisam apenas de um olhar generoso e palavras de incentivo para seguir em frente.