A Polícia Militar de Mimoso do Sul prendeu na tarde de quinta-feira (7) um rapaz suspeito de ter pulado o muro de uma casa para roubar um trinca-ferro de 6 anos. Ele foi preso e confessou o crime. Já o dono da ave ficou sem o passarinho por se tratar de um animal silvestre e não ter registro em órgão ambiental competente.
A ave pertencia a um gerente comercial de 31 anos. Segundo ele, o ladrão entrou em sua casa, no bairro Itapoã, e roubou o pássaro, que estava numa gaiola pendurada na varanda. No momento da invasão, a mãe e a sobrinha dele estavam na residência.
“Um vizinho me ligou, avisando. O cara pulou o muro e entrou na minha casa pra roubar o pássaro. Tenho essa ave há cerca de 6 anos. Logo que soube, estive na minha casa e depois procurei uma viatura da Polícia Militar na rua. Os policiais fizeram buscas e conseguiram prender o rapaz”, contou o gerente comercial, que admitiu não ter o registro da ave silvestre junto aos órgãos ambientais.
Ave valorizada
O trinca-ferro é um pássaro altamente valorizado por criadores e também é alvo constante de contrabandistas de animais silvestres. Para a criação em cativeiro é preciso autorização especial do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Ao ser preso, o rapaz disse à polícia que tinha vendido o passarinho por R$ 30 para um morador do bairro Morro da Palha. A polícia encontrou a ave na casa dessa pessoa, sem anilha, do lado de fora do imóvel. Os policiais só encontraram o suposto comprador minutos depois, perto do INSS. Ao ser questionado, disse que o rapaz havia trazido o trinca-ferro e pedido a ele para que guardasse, pois não tinha um lugar para deixá-lo.
O comprador da ave, o rapaz suspeito de roubo e o gerente comercial foram ouvidos na Delegacia de Mimoso do Sul e a ocorrência foi finalizada na Delegacia Regional de Cachoeiro de Itapemirim.
Furto qualificado
De acordo com o delegado Rômulo Carvalho Neto, titular da Delegacia de Mimoso do Sul, o rapaz que roubou a ave foi autuado por furto qualificado mediante escalada e encaminhado ao presídio.
Já o morador que comprou o trinca-ferro vai responder por crime de receptação culposa. Ele assinou um termo de compromisso e foi liberado.
“Como a ave não tem registro, a vítima vai responder também a um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pela prática de crime ambiental, e a ave vai ser encaminhada ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) para poder ser solta na natureza”, explicou o delegado.