O Cartório de Registro Civil e Tabelionato de Itapemirim, cujos documentos foram consumidos pelo fogo na madrugada desta quarta-feira (4), guardava documentos históricos e foi um dos primeiros do Estado, fundado em 1889, segundo a professora de História Joana da Penha Francisco, de 45 anos.
Ela exemplifica destacando que o primeiro do Estado foi o Cartório de Registro Civil de Vitória, então Província do Espírito Santo, criado por meio do Decreto 9.886 e da execução do Registro Civil – Decreto 10.044, tendo o seu primeiro registro de nascimento ocorrido em janeiro de 1889. “Não sabemos a ordem, mas o de Itapemirim encabeça a lista dos primeiros do Estado”, enfatiza
A professora relata que a história dos cartórios está diretamente relacionada à formação do País, segundo suas pesquisas.
“Por volta de 1874, com o Decreto 5.604, editou-se no Brasil o Registro estatal, documento que abrangia todo cidadão nascido brasileiro e não apenas aos católicos. Esse documento estabelecia o registro civil dos nascimentos, casamentos e óbitos”, ressalta.
Joana lembra que em sete de março de 1888 o decreto 9886 fez cessar os efeitos civis dos registros eclesiásticos, surgindo o Registro Civil.
A professora de História lamentou o incêndio no cartório. Para ela, é uma perda irreparável. “São documentos que se misturam não só com a história e cultura do município, mas sim do nosso Estado e até do Brasil. Uma pena vermos o passado sendo queimado assim, deste jeito. Uma pena mesmo”, lamentou a professora.