Um espaço produzido só por mulheres, com temáticas femininas e que promovam o protagonismo de meninas e mulheres. Está nascendo o jornal digital Secreta Luz.
Quem conta sobre ele é a atriz e produtora cultural Amanda Malta, que faz parte da União Cachoeirense de Mulheres, e juntamente com Jéssica Grillo, Paula Garruth, Thatiane Cardoso e Yasmim Giro está trabalhando pelo lançamento desse espaço.
“Lancei a ideia para colegas do coletivo, formamos um pequeno grupo de organização e começamos a dar forma à ideia”.
Ela relata que a primeira providência foi escolher o nome. “Como não homenagear Luz Del’ Fuego, artista, visionária, uma mulher à frente do seu tempo que foi brutalmente assassinada no dia 19 de julho de 1967?”.
O nome é inspirado em Dora Vivácqua, mas também homenageia o apelido carinhoso de Cachoeiro de Itapemirim, Capital Secreta. “Esse espaço é para muitas mulheres que até hoje são silenciadas em suas falas”.
Amanda esclarece que as mulheres poderão mandar seus textos e compartilhar conquistas e descobertas, sem julgamentos.
“Será um lugar de partilha e muita sororidade. Estaremos atentas para abordar temas que interessem a todas”.
A primeira edição já está sendo feita e ainda em julho, mês em que fazem 54 anos do assassinato de Luz Del’ Fuego, ele será lançado.
Amanda conta que sua dedicação à temática começou em 2017 quando começou a estudar sobre o feminismo para montar um monólogo.
“ A partir do conhecimento, percebi que me encontrava em um relacionamento abusivo. Naquele momento me separei e comecei a estudar e a lutar pelo direito de existir com dignidade”.
É essa vivência com dignidade que Amanda diz querer para todas as mulheres que cresceram oprimidas e ainda não se reconhecem como protagonistas da própria história.
“Esse ano comecei a fazer parte do coletivo UCM e a partir disso, em conversas com integrantes, percebi o quanto existem mulheres que escrevem textos incríveis na cidade e não possuem oportunidade de publicá-los”.
O Secreta Luz vai ser, segundo ela, um espaço de discussão, sempre apoiada na indignação de ver mulheres sendo violentadas todos os dias, e ao mesmo tempo ver seus algozes soltos por aí, como se não tivessem feito nada.
“ O caso da no colega Mônica Mardegan, que foi brutalmente espancada e não conseguiu justiça por sua vida, nos indignou muito. Vamos elevar as nossas vozes”.
Amanda relata que a partir de seu conhecimento e pesquisa sobre feminismo, passou a se dedicar a projetos artísticos que fortaleçam e valorizem a vivência de todas as mulheres.
“Esse espaço é de todas nós”, conclui.