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Cueca virada

luiz-damasceno-03-12-2023d
Luiz Antonio Damasceno

Que o Brasil é um país de contrastes, já é de conhecimento de todos os brasileiros. Recebi essa informação lá pelos idos da década de 60, quando fazia o Ginásio, hoje, Fundamental II, numa brilhante aula de Geografia ministrada pela saudosa professora Maria da Glória de Ávila, na Escola Liceu Muniz Freire, em Cachoeiro de Itapemirim no Estado do Espírito Santo.

D. Glorinha, como carinhosamente todos a chamavam, deixou em mim boas memórias. Em todas as suas aulas, trazia consigo, pelo menos seis gizes coloridos e fantasiava a aula no quadro. Tempo bom!

Era uma aula muito divertida e dominando o conteúdo, a professora explicava que os contrastes estavam no clima, quando falava das regiões, mostrando no mapa o clima frio dos estados do Sul, a seca no Nordeste, os estados com temperaturas altíssimas no Norte. Além de outros contrastes na Cultura, na alimentação, na culinária e, principalmente, na linguagem. De fato, pode-se constatar que há uma grande diversidade cultural nesse país.

Na Linguagem, pode-se observar, por exemplo, termos, expressões e frases típicas de determinadas regiões. Às vezes, é preciso traduzir o Português dentro do Português no próprio Brasil. Mas isso se deve a quê? Por que essas diferenças ocorrem?

Primeiramente, de acordo com a História e as histórias. O Brasil foi descoberto por um Português, um europeu. Que aqui chegou, se estabeleceu e aí o país começa a existir oficialmente. Em 1500, século XVI, período que a História registrou como o das Grandes Navegações, das Descobertas. Enquanto em outras partes do mundo acontecia o Renascimento, fenômeno cultural, momento de transição da Idade Média para a Moderna.

O nosso país ficou fora desse fenômeno cultural. Por isso não tivemos a periodização literária como o Trovadorismo, Humanismo, Classicismo ou Renascimento. A nossa literatura tem como referência Portugal e passa a ter seus registros e produção literária a partir do Barroco.

O Brasil teve esse grande atraso em relação à formação cultural, principalmente, no que tange às Letras. Mas, por outro lado, atraiu povos estrangeiros, a começar pelos portugueses, depois franceses, holandeses, japoneses, alemães, húngaros, ucranianos, poloneses, que movidos pela cobiça sabiam que o Brasil era um país promissor, com a vastidão da Amazônia, das pedras preciosas, o ouro, a lavoura do café e da cana-de-açúcar e da criação do gado. Sendo que contribuíram também na formação cultural, os negros trazidos da África para o trabalho escravo. Eles trouxeram a cultura deles também em vários aspectos e áreas humanas.

Já podemos imaginar povos de outras nações estabelecidos aqui, resultaria em quê? Implantar um pouco de seus costumes, suas crenças, sua culinária, na toponímia e, consequentemente, na Comunicação, fazendo prevalecer na linguagem e esta ficando restrita aos lugares onde esse povo estrangeiro estava fixado.

Nós, aqui do Sudeste, se não tivermos informações prévias sobre o significado de certos termos e expressões, poderíamos até ficar constrangidos, se um gaúcho chegasse à padaria e pedisse três cacetinhos. Se o atendente não soubesse de que se trata, talvez, ficasse estupefato. Pois, se trata do pãozinho de sal como é conhecido lá no Sul. Interessante, né?!

Da mesma forma, se você ouvisse alguém falando que tem dois piás brincando no parquinho, identificaria a fala de um curitibano dizendo que dois meninos estão brincando.

E vamos mais além, para o feirante ouvir de um cliente nordestino se ele tinha jerimum e macaxeira. O feirante capixaba, talvez, ficasse na dúvida, pois a primeira palavra está se referindo à abóbora, e a outra ao aipim. E perguntasse, ainda, se naquela feira alguém vendia jabá, porque ele queria fazer com jerimum. O jabá é a carne seca, que alguns gostam de comer com o jerimum a abóbora. Perceberam como o Português tem de ser traduzido dentro dele mesmo?

E nas nossas andanças pelo país, vamos cada vez mais, observando os contrastes aqui existentes, como também traços de diferentes culturas mostrados na religiosidade, na vestimenta, na educação familiar, nos valores e curiosidades peculiares imanentes enraizadas nesses povos que também contribuíram para a formação da pátria brasileira.

Falando em vestimenta, muito me chamou atenção algo inusitado. Como já é de conhecimento de alguns, cheguei a morar uma temporada em Curitiba. Cidade ideal para se viver com qualidade de vida. É uma metrópole bem planejada com um certo desenvolvimento e excelente cultura.

Adorava morar lá, fazia muitos passeios, visitas aos parques temáticos, aos Shoppings e praças. Ah, falando em praça, lembro-me de que, certa vez, estava passando pela Praça Osório indo em direção ao Calçadão da XV de Novembro, quando me deparei com um daqueles quiosques bem sofisticados, senti vontade de beber um cafezinho ou um suco. Optei pelo café, a atendente me perguntou se eu ia comer algum tipo de alimento para acompanhar o café. Muito simpática pediu para que eu olhasse o painel que exibia vários tipos de alimentos salgados e doces. Chamou a minha atenção um alimento bem especial com o nome de Cueca Virada.

Hum, bateu a curiosidade! O que seria a Cueca Virada? Chamei a balconista e ela me deu aquela explicação enciclopédica: “dizendo que é um doce feito de massa de farinha de trigo e ovos, estendida numa tira larga e fina, que é frita e depois polvilhada com açúcar. Muitas vezes, antes, de fritar, a tira de massa, leva um corte no meio para se poder fazer um nó.”

Satisfeito com a explicação, resolvi experimentar a Cueca Virada, muito boa, uma guloseima saborosa. Sou obrigado apelar para o clichê: vivendo e aprendendo.

Novamente, confirmando a diversidade cultural e os contrastes desse nosso Brasil. Quero destacar uma frase que uma dessas emissoras de Televisão que sempre está nas mídias monopolizando e incutindo mensagens tendenciosas na cabeça do povo e que há pouco tempo lançou a frase “ O Brasil que eu quero…” Apropriando-me dessa frase “O Brasil que eu quero” é esse: que as experiências que vivenciamos sirvam sempre para nos unir, viver bem uns com os outros e que as nossas diferenças e os contrastes encontrados aqui nunca nos dividam, mas que nos enriqueçam e nos façam pessoas melhores.

Não me lembro se alguma vez vesti uma cueca virada. Agora, sempre me lembrarei de que, um dia, saboreei uma deliciosa Cueca Virada.

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