O professor Carlos Alberto Decotelli não será mais ministro da Educação. Ele pediu demissão nesta terça-feira (30) ao presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, após repercussão de informações falsas incluídas em seu currículo e a suspeita de plágio em sua dissertação de mestrado. Ele ficou apenas cinco dias no cargo.
A situação de Decotelli ficou crítica com a divulgação de uma nota pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) negando que ele tenha sido professor das escolas da instituição, tendo atuado como professor colaborador “apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos”.
Nos bastidores do Planalto, pesou contra Decotelli o fato de ele ter sido contestado por uma instituição renomada no Brasil. Na semana passada, o professor foi questionado pelo reitor da Universidade Nacional de Rosário (Argentina), Franco Bartolacci, que afirmou que o brasileiro não concluiu seu doutorado.
Já a Universidade de Wuppertal (Alemanha) divulgou na última segunda-feira (29) que Decotelli não fez pós-doutorado na instituição. O então ministro mudou seu currículo na plataforma Lattes depois dos questionamentos.
Também pesou a informação de que a FGV vai investigar suspeita de plágio na dissertação de mestrado de Decotelli, defendida em 2008 na instituição. O trabalho era sobre o Banrisul, o banco do estado do Rio Grande do Sul. Há suspeitas de que vários trechos do trabalho dele foram copiados de outros trabalhos acadêmicos e de um relatório técnico, sem deixar claro que eram citações, nem publicar os nomes dos verdadeiros autores, como exigem as normas técnicas.
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Embora a nomeação tenha sido publicada no Diário Oficial da União de quinta-feira (25), Decotelli não podia despachar oficialmente, o que só poderia ocorrer após assinar o termo de posse.
Cotados
O ex-presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e atual reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Anderson Correia, é um dos nomes que ganhou força, nesta terça-feira, para ocupar o posto deixado por Decotelli. Além da decisão do presidente, o atual reitor do ITA aguardaria também um aval do Ministério da Defesa para deixar seu cargo no instituto e comandar o MEC.
Outros nomes cotados que circularam nos bastidores de Brasília são os de Sergio Sant’Ana, ex-assessor do ex-ministro Abraham Weintraub; e Ilona Becskeházy, atual secretária de Educação Básica. Ambos contam com o apoio da ala olavista do governo.
O frei franciscano Gilberto Garcia também foi sugerido a Bolsonaro como opção a Decotelli. Ele já foi membro do Conselho Nacional de Educação (CNE).