Do aparelho que me sufocava, até o chicote que me marcava.
É só uma cor de pele, por que tanto os senhores castigavam?
Diziam que a máscara de flandres era para o nosso bem,
pois comíamos terra e bebíamos demais.
A terra, meus senhores, era pra ir para o mundo do além
onde não existe dor, pancada,
chicotada, humilhação, exploração e tapa na cara.
A bebida era uma anestesia,
reclamavam tanto que vivíamos alcoolizados,
mas vocês viram o que fizeram comigo
e com meus antepassados?
Mas no final é só uma cor da pele.
A inveja de vocês era tanta, que queriam nos deixar cada vez mais fraco
e cada vez mais forte ficávamos.
Mas sempre será sobre a cor de sua pele.
Isso irá definir seu dinheiro, emprego, conquistas,
felicidade, apresentação, aglomeração,
amor, família, vestimenta e status.
Sim!
Carrego a cor da pele.
Vejo vocês correndo atrás de mim.
Isso é porque venci e progredi?
Dei a volta por cima, não deixei você me definir.

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O texto acima foi realizado a partir de uma tertúlia como o texto Pai contra mãe de Machado de Assis, desenvolvido pelos professores José Roberto da Silva Vidal (Letras Português), Dandara Dias de Oliveira (História) e José Agostinho Corrêa Junior (Biologia), na escola EEEFM “Lions Sebastião de Paiva Vidaurre”.