CRÔNICA: Lorena Inocência Marchesi Caetano, professora, intérprete e tradutora de Língua Inglesa com foco em Business.
Era uma vez uma porca, linda e gorda, que um certo negociante comprou no mercado. “Aquela porca (dizia ele) tinha o preço bem alto. Mas como eu sou atento, regateei. Falei da crise, dos juros altos e do custo do transporte; consegui abatimento”. A porca sorria por não ficar mais exposta. Encontrou um lar, uma esperança, um sonho.
O tempo passou e a porca afeiçoou-se ao seu dono. Ele lhe dizia: “Seja uma boa porca. Aceite de boa vontade a ração que te dou. Com certeza as coisas irão melhorar e quem sabe eu até reforme o seu chiqueiro?!” E a porca ficava contente com tanto amor que seu dono lhe dava.
Mas um dia o negociante partiu, dizendo que as despesas tinham aumentado. Deixava, contudo, a porta aberta para que a porca saísse e se alimentasse. Lamentou, pediu desculpas e lhe desejou boa sorte.
Dali em diante, a porca passou a fuçar aqui e ali, alimentando-se do que encontrava no mato ou na rua. Mas, de vez em quando, voltava para ver o antigo chiqueiro, pois, afinal de contas, era uma porca boa.
Até que um dia, um homem bom e generoso viu a porca, feia e magra, e reconheceu-a do mercado, de quando não podia pagar o seu preço, porque era muito alto.
Então, tomou-a para si, lavou-a e a sentou à sua mesa. E lhe disse: “Viva em minha casa. Coma da minha comida. Vou dar a você o meu afeto e um bom futuro”. E a porca ficava admirada com tanto amor que aquele homem lhe dava.
Finalmente a porca foi feliz e realizou os seus sonhos. Não andava mais suja e nem fuçando aqui e ali. Mas, de vez em quando, voltava para ver o antigo chiqueiro, pois, afinal de contas, era uma boa porca.