Aos 96 anos, o ex-prefeito de Mimoso do Sul, Benedito Silvestre Teixeira, tem se preocupado com a preservação do meio ambiente. Segundo ele, uma série de cortes e furtos de madeiras de lei vem acontecendo na cidade, inclusive em sua propriedade, que fica entre Conceição do Muqui e Barra da Fortuna.
O local que é um celeiro da natureza, segundo Benedito, tem mais de dez alqueires de mata virgem, “aquilo [a propriedade] é uma preservação”, conta.
Árvores furadas
Os relatos do ex-prefeito dão conta da extração ilegal, principalmente, do jequitibá e do cedro, entre outras espécies nativas da região, como canela e copaíba, ambas utilizadas para coleta de óleos, reaproveitados normalmente para fins medicinais nas indústria cosmética e farmacêutica.
“Furaram todas as madeiras de óleo. Tinha uma região que tinha oito árvores e todas estavam furadas”, conta Benedito, que ao se deparar com a situação conseguiu fechar todas com um tampão improvisado.
Em relação às madeiras, Benedito conta que os invasores entram pelo alto da mata e colocam abaixo árvores de grande porte, “de madeira grossa”. Segundo ele, os ladrões “não deixam nada, derrubam tudo. Eles roubam para vender”.
O desejo de Benedito Silvestre é que essas extrações ilegais fossem interrompidas e que as futuras gerações também possam conhecer esses recursos naturais. “Aquelas madeiras meus filhos e meus netos não conhecem. Então a gente está deixando para eles futuramente irem lá visitar e ver”, conta.
Esta é a segunda vez que a reclamação é feita pelo ex prefeito, que em 2017 chegou a registrar um boletim de ocorrência onde afirma que foram cortadas cerca de 10 árvores nativas de sua propriedade. O registro da ocorrência é de agosto de 2017, e o fato teria ocorrido em julho do mesmo ano.
Segundo o delegado Rômulo Carvalho, responsável pela região de Mimoso do Sul, não há novos registros de cortes, furtos ou extração ilegal de óleos e madeira na região.