O secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, admitiu nesta sexta-feira (22), durante videoconferência da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que o Espírito Santo poderá ter que adotar o lockdown (confinamento) em junho se as medidas de distanciamento social não surtirem efeito e a pandemia de coronavírus se agravar.
“Quando falo em medidas extremas, elas se referem a, em casos de risco extremo, possibilidade de decretar o lockdown no nosso Estado, de ter que fechar ruas, plenamente o comércio, parte da indústria e transporte coletivo pelo menos 14 dias ou até 21 dias”, afirmou o secretário.
Nésio Fernandes voltou a pedir que a sociedade aumente a disciplina em seu dia a dia contra o coronavírus.
“Precisamos que o isolamento social ultrapasse os 50%. Ainda não é suficiente o grau de isolamento social no Espírito Santo. Peço que a sociedade se envolva de forma mais disciplinada. Não queremos perder mais vidas de capixabas. As próximas semanas serão intensas. Nós em junho podemos ter que tomar medidas extremas”, disse o secretário.
De acordo com o secretário, mais 160 ventiladores devem chegar ao Espírito Santo na próxima quinzena para reforçar as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nos hospitais que estão na linha de frente no tratamento do coronavírus.
Aumento de óbitos
Ao lado de Nésio Fernandes, o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, alertou para um possível aumento significativo de mortes em decorrência da Covid-19 nos meses de maio e junho no Espírito Santo.
“Estamos nos preparando, notificando os serviços que cuidam do acompanhamento de pessoas, para que se estruturem para a possibilidade de um aumento significativo nos óbitos em maio e junho”, afirmou Reblin.
Nésio Fernandes disse ainda que o governo do Estado distribuiu 18 mil testes rápidos para os municípios. De acordo com o secretário, a taxa de letalidade entre pacientes acima dos 45 anos é alta e que este público deve passar pela testagem rápida.
Cloroquina
Nésio Fernandes disse ainda que a Sesa não vai entrar em debates políticos e não técnicos sobre o uso da cloroquina.
“Usamos cloroquina em pacientes graves e, diariamente esses pacientes são avaliados por médicos, por equipes intensivistas e temos acompanhado complicações cardiológicas que têm levado a necessidade de suspensão da medicação dos pacientes. No entanto esse pacientes estão em locais seguros”, explicou.