O público escolheu pelas redes sociais e as onças-pintadas que nasceram em junho no Zoo Park da Montanha, em Marechal Floriano, já têm nomes: o filhote pintado recebeu o nome de Porã e o negro, Rudá.
Os filhotes machos, que completaram 3 meses de vida, são filhos de Tupã e Negão. O pai dos bebês morreu antes deles nascerem.
Eleição
A eleição terminou no último dia 25 e o resultado foi anunciado neste sábado (28), primeiro dia de visitação oficial aberta aos filhotes.
A atração movimentou a manhã do zoológico, com muita gente querendo ver de perto a família de onças.
Tupã, a mãe, assim como os filhotes, estavam à vontade e não se incomodaram de serem observados através do vidro de proteção.
Nascimento
Esse é o terceiro nascimento de onças-pintadas em cativeiro em 2019. Os outros ocorreram em Goiânia (GO) e em Foz do Iguaçu (PR).
Foi a primeira reprodução em cativeiro do gênero no Espírito Santo, exatamente no ano em que ambientalistas alertaram que a onça-pintada (Panthera onca) é um dos animais sob risco de extinção no Brasil.
A reprodução em cativeiro da espécie é rara, pois fatores como estresse, falta de ambiente adequado e de afinidade do casal podem interferir.
Os pais
Com menos de cinco anos no zoológico, a mãe Tupã veio do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), do Exército, que fica em Manaus (AM). Já o pai Negão chegou ao zoológico vindo de Belém (PA).
O período de aproximação entre macho e fêmea demorou seis meses até a total interação entre eles.
A veterinária Kristal Furno, que atua no Zoo Park da Montanha, contou que no Brasil há uma única espécie de onça-pintada, que é a Panthera onca.
A espécie existe no país em cinco biomas: Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e Pantanal. Pode haver diferenças no tamanho e no peso dos animais de acordo com a região onde vivem. As existentes do zoológico são da Amazônia.
“A população de felinos em cada um desses biomas sofre diferentes tipos e níveis de ameaças, por isso é importante a reprodução em cativeiro. E quando isso acontece, como é o nosso caso no zoológico, é um dos indicadores de que os animais estão sendo bem tratados e com o ambiente adaptado a eles”, disse a veterinária.
Reprodução difícil
A bióloga Thatiane Lázaro Corona Borlini destacou que a reprodução em cativeiro dessa espécie não é fácil.
“É preciso de manejo e muito cuidado, pois é natural a mãe ‘comer’ os filhotes, principalmente por estresse ou medo”, explicou.
Para a bióloga, a reprodução em cativeiro contribui para a conservação da espécie.
“Esses filhotes podem fornecer material genético para projetos de pesquisa que trabalham nessa causa, tentando a reintrodução de animais em vida livre”, disse.
Todo o parto foi acompanhado pela equipe técnica, composta pela bióloga Thatiane, a veterinária Kristal e o veterinário Eduardo Lázaro de Faria da Silva.
Foram instaladas câmeras na área de manejo, onde todo o parto, bem como os primeiros cuidados da mãe com os filhotes foram acompanhados.
“Ficamos 24 horas de plantão, monitorando os filhotes e acompanhando todo comportamento da mãe, que é uma mãezona”, afirmou Kristal.
Sonho antigo
A reprodução em cativeiro das onças pintadas era um sonho antigo do fundador do zoológico, Romeu Nunes Vieira, que morreu em fevereiro de 2017.
“Dedicamos a ele essa conquista. Estamos muito felizes com o trabalho da nossa equipe, que se dedicou incansavelmente a esse projeto e vamos dar continuidade a esse sonho de meu pai, que está vivo entre nós”, afirmou Rosângela Vieira, gestora do zoológico e filha de Romeu.
Segundo ela, o objetivo é continuar contribuindo com a preservação da espécie, com a reprodução de mais onças.
“Temos mais uma onça, a Tainá, que queremos que reproduza também. Uma das funções dos zoológicos é a manutenção de espécies. E se conseguirmos reproduzir mais onças-pintadas, podemos enviar para outros locais no Brasil que trabalham na manutenção da espécie”, disse Rosângela.
O zoológico possui mais de 700 animais de 150 espécies e provenientes de mais de 10 países. Entre os animais que podem ser vistos estão: leão, onças, tigres, harpias, macacos, araras, cervos, antas, emus, emas, lobo-guará, flamingo, avestruz, jacaré e outras dezenas de espécies de aves, mamíferos e répteis.
Serviço
Zoo Park da Montanha
Funcionamento: terça-feira a domingo, de 9h às 17h
Valor do ingresso: crianças de até 2 anos não pagam e de 2 a 12 anos o valor do ingresso é R$ 15,00. Acima de 12 anos o ingresso custa R$ 30,00. Estudantes com carteirinhas atualizadas e idosos acima de 60 anos pagam R$ 15,00. Para o programa de educação ambiental, o ingresso custa a partir de R$ 18,00
Escolas: agendamentos de escolas podem ser feitas pelo e-mail: zooparkdamontanha@zoologicosdobrasil.com.br
Como chegar: para chegar ao Zoo Park da Montanha, basta entrar no quilômetro 49 da BR-262, em Barra de Rio Fundo, passar atrás do Posto Ipiranga e seguir por uma estrada pavimentada até o zoológico, distante cerca de um quilômetro da rodovia