Como conhecerei o novo? E onde o descobrirei? E então, como saberei que este o é quando o encontrar? Eis que proponho esta reflexão, antes que o sol se ponha; antes que a calma da noite inviabilize a indagação.
Observemos a medida e o trajeto de quem se diz bem-sucedido: À procura do novo, negou-se, repetidamente, o antigo – e poucas coisas mudam tanto de nome ao longo da existência. Mas o novo, que sempre se torna o antigo – mantem o antigo na essência.
Quem procura o novo e o antigo rejeita, recorre ao mais antigo ainda, pensando-se virtuoso inovador porque lhe pôs uma máscara bem feita. Lhe troca as roupas, os sapatos, os chapéus e os trejeitos. Lhe estica as faces, muda seu nome, mas não muda o seu desejo. Este novo não serve, pois já nasce cheirando a velho e usado.
Quem jamais saberia sua aparência se o novo mesmo não o dissesse? Como se poderia reconhecer o verdadeiro novo quando encontrado? Inconfundível. Incomparável. Imprescindível. O novo nunca envelhece. O novo é aquele que a ninguém copia e é a fonte primeira de toda criatividade. No princípio era o novo e criou todas as coisas. Só o novo permanece para sempre.