A polícia investiga as agressões sofridas por uma mulher de 45 anos que teve parte do dedo mínimo arrancado a mordidas, um dente quebrado e levou chutes e socos na cabeça, no rosto e no tronco. Tudo isso teria ocorrido na frente do filho.
As agressões, segundo a polícia, teriam sido praticadas pelo marido, de 48 anos, na noite de domingo (12), quando o casal voltava de carro para Cachoeiro, após um dia de lazer em Rio Novo do Sul.
O próprio agressor teria levado a companheira para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foi preso pela polícia, acionada pela equipe da UPA após ver as marcas da agressão e ouvir relatos da vítima sobre o que teria provocado os ferimentos.
A mulher conta que o marido já estaria praticando agressões há algum tempo, e que a discussão que provocou os ferimentos começou no carro após ela reclamar dele “ter dado em cima” de uma das mulheres presentes no local em que passaram o dia.
“Tivemos um dia todo de lazer, eu fiquei com ciúme e reclamei e ele fez isso. Pedia para ele não fazer aquilo na frente da criança, meu filho chorava e pedia para ele parar, mas ele continuou me batendo”, relata.
O homem só está preso porque a equipe responsável pelo atendimento à vítima na UPA chamou a polícia.
Ele foi levado à Delegacia Regional de Cachoeiro e foi autuado por lesão corporal e ameaça. O delegado arbitrou fiança que não foi paga pelo agressor. Em função do não pagamento, ele foi conduzido ao Centro de Detenção Provisória de Cachoeiro.
Em Cachoeiro, de janeiro a agosto de 2021 foram registradas 342 ocorrências de violência contra a mulher, mas as autoridades dizem que esse número pode estar subnotificado, uma vez que muitas mulheres não denunciam as agressões sofridas.
A titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Edilma Barbosa de Oliveira Gonçalves, diz que é comum a equipe médica chamar a polícia quando toma conhecimento de que os ferimentos sofridos pela mulher foram criminosos.
“É praxe de todos os hospitais acionar a Polícia Militar, inclusive o hospital infantil nos casos de suspeita de abuso sexual das crianças atendidas”.
Edilma Barbosa informou que nesses casos é sempre a Polícia Militar quem faz a intervenção porque e ela que recebe as ocorrências de flagrante e é responsável pelo trabalho ostensivo.
“Quando não é caso de prisão em flagrante, nos casos em que o agressor não se encontra, a ocorrência é encaminhada para a delegacia competente para prosseguimento das investigações “, conclui.