O Espírito Santo teve 467 hectares, equivalente a 660 campos de futebol, de área desmatada em 2021, segundo o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf). No ano passado o órgão cumpriu 394 atuações. As fiscalizações continuarão ao longo deste ano, porém as datas e locais não serão divulgadas por questão estratégica.
Foi exatamente para inibir a prática do desmatamento ilegal e embargar loteamentos irregulares e agressões ao meio ambiente, especialmente na Região Serrana do Estado, que a Polícia Militar do Espírito Santo, através da Polícia Ambiental (PA), iniciou a quarta fase da Operação Curupira.
Os policiais chegam aos infratores após denúncias de moradores, e a operação já aconteceu em Domingos Martins, Marechal Floriano, Santa Teresa e Alfredo Chaves.
A informação da PA é que até o fim de maio foram identificadas 77 construções irregulares em áreas de Mata Atlântica, seis delas em Área de Proteção Permanente (APP) e três supressões de vegetação nativa, em sua maioria, em estágio médio de regeneração, somando, aproximadamente, 22 mil metros quadrados.
A última deflagração da operação aconteceu no dia 27 de maio, em Alfredo Chaves, e foram identificados em Ribeirão do Cristo, no interior do município, desmatamento em três propriedades, com um total de 28 platôs construídos irregularmente, sendo seis deles em Área de Proteção Permanente (APP), e dois platôs com casas já em construção. Foram também identificadas quatro barragens e 1,6 km de abertura de estrada.
Em São Bento de Urânia, a fiscalização identificou um flagrante de crimes ambientais de desmatamento e movimentação de terra em área de APP, sendo necessário a confecção de Termo Circunstanciado de Ocorrência.
A equipe da Polícia Ambiental foi acompanhada pelo secretário de Meio Ambiente de Alfredo Chaves, Antônio Marcos Orlandi, e pelos engenheiros ambientais Karolini Donna e Luís Fernando Stefanon Ricco, além da engenheira agrônoma, Amanda Bruschi Calente e da chefe de setor de Educação Ambiental, Francine Franzotti da Silva Salvador.
Marcos destaca que a operação é importante para coibir ocupação desordenada de área rural e da mata. “Esse tipo de conduta promove adensamento de imóveis em locais de risco, além de danos ambientais, que às vezes irreversíveis.
Leonardo Cunha Monteiro, diretor-presidente do Idaf, diz que as ações de proteção às florestas do Estado ganharam mais força.
“O Idaf e a Polícia Ambiental sempre foram parceiros e atuam juntos. Em breve, devem acontecer novas operações para coibir o desmatamento irregular em todo Estado. Vale ressaltar que os infratores serão autuados e as áreas embargadas para recuperação do dano ambiental”.
O comandante do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), tenente-coronel Cosme Carlos da Silva, destacou a parceria entre a polícia e o Idaf.
“Os resultados obtidos dessas operações têm sido uma ferramenta estratégica e surtido efeito positivo para o meio ambiente. Continuaremos trabalhando para coibir os crimes relativos ao meio ambiente nas montanhas capixabas”.
SAIBA MAIS
A Operação recebeu o nome de Curupira em homenagem ao personagem do folclore brasileiro, surgido entre os povos indígenas e incorporado à cultura popular, de acordo com a Polícia Ambiental.
A lenda descreve o Curupira como um ser mítico e protetor da floresta, que se voltava contra aqueles que entravam nas matas para destruí-las.
Este ano as deflagrações começaram no dia seis de maio com o apoio de secretarias municipais de cada cidade alvo e o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) do Espírito Santo.
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