Amanhecia nos campos do interior da gloriosa Inglaterra. O fazendeiro acorda e vai até o campo cuidar de suas ovelhas, quando se depara com uma verdadeira cena de terror. Dezenas de ovelhas mortas de forma violenta, com grandes marcas de mandíbula em seus pescoços. Porém, o que chama mais atenção é apenas um detalhe, elas não foram mortas para satisfazer a fome de seu predador assassino, e sim por puro esporte e diversão, como se fosse um ritual macabro. O fazendeiro logo se desespera e clama ajuda aos céus, pois seus queridos animais teriam sido vítimas da temível:
Besta de Exmoor
Exmoor é uma localidade de Devon, Somerset no Reino Unido, cuja principal atividade econômica seria a agricultura e a criação de ovelhas. Centenas de ovelhas, rebanhos inteiros que garantem o sustento de dezenas de famílias. Uma região linda, cercada por matas, montanhas, riachos de águas límpidas e campos extensos. Um lugar ideal para abrigar um dos maiores mistérios da Criptozoologia inglesa: A fera de Exmoor.
A Besta
As primeiras aparições desse misterioso felino datam desde a década de 1970, mas somente a partir de 1983 que a lenda se consolidou quando um agricultor no sul da localidade de Molton, alegou a diversas autoridades que teria perdido mais de 100 ovelhas no espaço de três meses. E todas mortas por ferimentos violentos na garganta
Esse incrível animal é geralmente descrito como um gato gigantesco, responsável por vários ataques a seres humanos e pela morte de mais de 500 animais no interior da Inglaterra. Um animal poderoso, de garras e presas afiadas e dotado de uma força descomunal que inundou os campos ingleses de sangue, medo e folclore. Um felino gigantesco, segundo alguns de cor negra, como uma pantera, enquanto outros a descrevem como um animal pardo de olhos de brasas, semelhante a um puma. E há quem diga que esse magnifico animal seria uma, espécime hibrida, resultante do cruzamento de um puma com um leopardo, o que acarretaria a criação de um novo tipo de predador que segundo várias testemunhas, mede cerca de incríveis 8 metros de comprimento, do focinho até a ponta da cauda e que seria capaz de saltar a mais de 6 metros de altura com muita facilidade. Mas essas teorias têm uma lacuna, tendo em vista que a expectativa de vida de grandes felinos é em média de 12 a 15 anos. E como as primeiras aparições ocorreram na década de 70, há mais de 50 anos atrás, ela já deveria ter morrido. Algo que não ocorreu, pois a sua última aparição nos campos de Exmoor foi no ano de 2022.
A força do mito
As primeiras fotografias dessa fera foram divulgadas no jornal Somerset West Press em 1989, e seu conteúdo revelavam um animal semelhante a um grande felino, porém cuja espécie era completamente desconhecida dos pesquisadores, o que fomentou ainda mais a existência de um predador invencível, capaz de resistir ao tempo e a ação do homem. Outras fotos, porém, apareceram e alguns céticos juram que visualizaram um cão enorme, mas na maioria das análises o único consenso foi o animal ser um felino desconhecido.
No ano de 2006, o Big Cats Society, informou que o crânio de um felino teria sido encontrado em Devon, e que poderia ser de um puma. Mas o Ministério inglês do Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (Defra) afirmou que grandes felinos não poderiam viver em estado selvagem pela Inglaterra, uma vez que eles não sobreviveriam o inverno rigoroso. E em 2010 a família Carrigan da pequena cidade de Darlington teriam se deparado com a besta de Exmoor, apresentando uma foto digital para provar, que na realidade era uma fraude como veio se revelar mais tarde.
Conclusão
É notório que a Inglaterra não possui grandes felinos em sua riquíssima fauna, o que leva alguns criptozoologistas a realmente acreditar na existência desse animal, e que na realidade não seria apenas um exemplar e sim vários. Mas a maioria dos cientistas e pesquisadores atribuem os ataques a felinos de grande porte normais, que teriam escapado de algum zoológico ou de um circo. E ainda atribuem a culpa a cães de grande porte que poderiam estar sofrendo de alguma doença como hidrofobia.
Mas seja como for, a ciência até hoje não conseguiu chegar a uma resposta definitiva, e a lenda da terrível besta permanece mais viva do que nunca e hoje movimenta o turismo na região de Devon. Felizmente.
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