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Sonho de menina

escritoras-cachoeirenses2-07-01-23
Escritoras Cachoeirenses

Qual menina não cresce com o sonho de uma linda e pomposa festa de 15 anos, com direito a um vestido luxuoso e à valsa da meia noite, antecedida pelo ritual da entrada do “príncipe”, ou do próprio pai, que leva um belíssimo par de salto alto que substituirá o costumeiro tênis ou sapatilha, ato este que representa que esta adentrou a idade onde terá a permissão para ser cortejada e, quiçá, firmar laços afetivos vindouros.

Qual menina não cresce alimentando o sonho do casamento perfeito, o noivo ideal e romântico. Cansando-se na igreja, ou quem sabe em um lindo jardim, devidamente decorado com flores e cadeiras dispostas enfileiradas, ao pôr de um lindo sol sob o som da marcha nupcial, ostentando um belíssimo vestido branco, com um véu leve de cauda não muito longa nem pesada demais. Tudo com um ar primaveril, sendo acompanhada pelo patriarca até o altar que, entregando-lhe ao seu devotado noivo, lhe abençoará com um beijo na testa.

Qual menina não cresce…crescia!!! Graças às muitas lutas, conquistas, avanços, brigas e manifestações por parte destas mulheres que foram ensinadas a crescer aspirando tais sonhos e que hoje podemos até dizer: muitos beiravam ao absurdo! Mas, graças às mulheres que viram suas filhas sofrendo em relacionamento infelizes e até pelas próprias mulheres vítimas destes relacionamentos e que ousaram e foram capazes de quebrar esse ciclo: hoje, crescemos e permitimos que nossas filhas cresçam e tenham seus próprios sonhos, não as obrigamos a viver um caminho, um roteiro já planejado e traçado para ela, sem levarem em consideração suas intenções, opiniões, desejos, anseios e vontades.

Para nós, mulheres do novo século, isso já não é mais segredo, não há mais dificuldade. Já conquistamos tantas coisas! A história nos mostra incontáveis situações de mulheres que morreram defendendo sua honra, sua causa, nossa causa, nossa luta. Hoje, está em nossas mãos não nos deixar corromper por frivolidades e disputas internas que só irão regredir o quanto avançamos e conquistamos em benefício mútuo.

Conclamo ao feminismo e à sororidade! Não àquele feminismo que leva as mulheres a deixar suas genitálias e axilas peludas como forma de protestar contra uma sociedade machista ou sexista, porque temos que entender que nos cuidamos não é para agradar o outro, nos cuidamos como um ato de auto cuidado, de zelo, de amor próprio, porque queremos estar lindas para nós mesmas e para mais ninguém. Protestar de uma forma inteligente, onde possamos ser ouvidas e nossas ideias e opiniões serem levadas em consideração e respeitadas. Não protestando nuas, defecando ou urinando em vias públicas, porque isso não é feminismo, isso é vandalismo de baixo nível e nos expõe e humilha de todas as formas, colocando em cheque tudo que nossas antepassadas fizeram para conquistar o lugar que temos hoje na sociedade.

Que saibamos usar nosso intelecto e todo o conhecimento para galgar e alcançar altos cargos e igualar aquilo que julgamos injusto, mas, que façamos isso com mérito, não como meretriz, por tentar persuadir e conquistar as coisas de formas obscuras e barganhar na promiscuidade favores em prol de benefícios próprios. Pois, muito envergonha e desonra toda uma trajetória de mulheres que conhecem e reconhecem a luta por seu espaço, àquelas que julgam mais fácil o atalho da sedução. Esta, perdeu-se da essência do coletivismos, da verdadeira sororidade e envergonha todo um legado que custou décadas para ser reconhecido. Pois, como diz os versos da cantora de rock baiana, Pitty: “Nós somos as netas das bruxas que eles não conseguiram queimar.”

Nossa bruxaria é a inteligência, a audácia e a perspicácia. Nosso feitiço é fazer valer nossos direitos, participando da vida pública e da política, para exercer nossa magia: mostrar que somos capazes, por determinação e mérito, não por favorecimento. Que não somos máquina de manobra nas mãos de ninguém. Que não somos marionetes e que já nos libertamos das amarras do passado e assumimos o controle de nossas vidas.

Lorena Carvalho. Filha, mulher, mãe, vítima de violência doméstica, professora, pedagoga, guerreira, gay e, atualmente, rainha de si

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