O ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu demissão sexta-feira (15), antes de completar um mês à frente do Ministério da Saúde. Essa é a segunda baixa na pasta em meio à pandemia do coronavírus. Em abril, Luiz Henrique Mandetta pediu demissão do cargo.
Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que Teich também pediu demissão.
Da mesma forma que Mandetta, Teich teve discordâncias com o presidente Jair Bolsonaro sobre as políticas públicas para o combate à Covid-19.
Dentre os pontos em que ministro e presidente discordaram estão: o uso da cloroquina no tratamento da doença. Bolsonaro quer alterar o protocolo do SUS e permitir a aplicação do remédio desde o início do tratamento. Já Teich defende que a medicação seja indicada pelos médicos com autorização da família, em casos que julgarem necessários. Sobre o assunto, o ministro havia escrito:
“Um alerta importante: a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais. Então, qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o ‘Termo de Consentimento’ antes de iniciar o uso da cloroquina”.
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De acordo com interlocutores do Planalto, a gota d’água para a saída de Teich do ministério foi a pressão de Bolsonaro para mudar o protocolo de prescrição da cloroquina. O médico, que é oncologista, ficou apenas 28 dias no cargo.
Outro ponto de discordância é o plano com diretrizes para a saída do isolamento. O presidente defende uma flexibilização imediata, o que não era recomendado por Teich, uma vez que a curva de casos da doença está crescendo.
Cotados
Dentre os nomes cotados para substituir Teich no Ministério da Saúde estão o general Eduardo Pazuelo, atualmente o segundo na pasta; Osmar Terra; e o contra-almirante Luiz Froes, diretor de Saúde da Marinha.
Nelson Teich deve conceder uma entrevista coletiva no período da tarde para falar sobre a decisão de deixar o governo Bolsonaro.