Poucas vezes na história o mundo discutiu tanto sobre saúde como neste momento em que a pandemia da Covid-19 desafia cientistas, pesquisadores, instituições de saúde, governantes, empresários e a sociedade como um todo.
Nesta terça-feira, 7 de abril, data em que é celebrado o Dia Mundial da Saúde, a BRK Ambiental em Cachoeiro de Itapemirim chama a atenção para o papel essencial do saneamento básico nesse contexto, contribuindo para prevenir doenças e promover a saúde e a qualidade de vida da população.
Saneamento básico é o termo que denomina um conjunto de serviços essenciais para o bem-estar e a saúde da população. No Brasil, o saneamento é um direito previsto por lei, embora para muitos brasileiros essa ainda seja uma realidade distante.
Dados do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS 2017) mostram que cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada, quase 100 milhões não são contemplados com coleta dos esgotos e apenas 45% dos esgotos são tratados.
O risco à saúde pública pela falta de saneamento é considerado pela própria Fundação Nacional de Saúde (FNS), que afirma que essa ameaça pode ser minimizada ou eliminada com o uso apropriado de serviços de saneamento. Para a Fundação, “utilização de água potável é vista como o fornecimento de alimento seguro à população, enquanto o sistema de esgoto promove a interrupção da cadeia de contaminação humana”.
Para a doutora Andressa M. Braconi Grilo, clínica médica, que tem pós-graduação em Gestão da Qualidade em Saúde e MBA em Gestão Hospitalar e Sistemas de Saúde, o momento é bastante oportuno para se falar do papel do saneamento na vida das pessoas. Médica cooperada da Unimed Sul Capixaba, em Cachoeiro de Itapemirim, ela ressalta que a Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como o estado de completo bem-estar físico, social e mental, e não apenas a ausência de doença.
Recursos básicos
Neste sentido, tem um papel importante o saneamento básico, cujo conceito está relacionado com o controle e a distribuição dos recursos básicos (captação, tratamento e distribuição de água; esgoto sanitário; coleta e destino adequado do lixo; limpeza pública; drenagem e manejo das águas pluviais), tendo em conta o bem-estar físico, mental e social, ou seja, contribuindo para a proteção da saúde da população.
“Além disso, o saneamento básico promove a preservação do meio ambiente, por exemplo, no destino adequado dos resíduos, bem como na coleta seletiva, no abastecimento e no tratamento da água e na manutenção dos sistemas de esgotos. Esses fatores são de suma importância para a prevenção de diversas doenças infecciosas, parasitárias e para o controle de vários vetores de doenças transmissíveis”, ressalta a médica.
No caso do combate à Covid-19, Andressa Grilo lembra que entre as medidas de prevenção da disseminação do vírus entre as pessoas estão a higienização das mãos com água e sabão (ou uso do álcool a 70%) e a limpeza dos ambientes possivelmente contaminados (ambientes domésticos e públicos).
“Para a realização eficaz destas medidas de higiene e prevenção, além da promoção da educação sanitária, são primordiais o acesso à água potável, o recolhimento e tratamento adequado do lixo e um sistema de esgoto eficiente. A ausência da higienização pessoal e ambiental adequada poderá acarretar aumento da disseminação desta doença na população”, destaca a médica.
Impactos
Segundo dados levantados pelo Instituto Trata Brasil, a partir de registros de internação da base de dados do Ministério da Saúde no ano de 2017, uma média de 13 pessoas são internadas por dia no Espírito Santo com doenças associadas à falta de saneamento. O custo dessas internações para o Estado e os municípios gira em torno de R$ 1,8 milhão por ano. Informações da OMS, por sua vez, destacam que cada dólar investido em saneamento equivale a uma economia de 4,3 dólares no sistema de saúde.
“Normalmente, os grupos mais afetados pela falta de saneamento são as mulheres, as crianças e os idosos moradores de locais mais pobres, por isso a universalização do saneamento é uma necessidade tão fundamental. Além de repercutir diretamente na saúde, a falta do saneamento reflete na produtividade, no desempenho escolar, no comprometimento da renda das famílias, na poluição dos ambientes, entre outros fatores, que devem ser considerados quando falamos sobre o tema”, explica o diretor da BRK Ambiental, Bruno Ravaglia.
Saneamento em Cachoeiro
Cachoeiro de Itapemirim, por ter investido ao longo dos anos de forma contínua e planejada em saneamento básico, possui resultados satisfatórios. Atualmente, 99,57% da população de Cachoeiro é abastecida com água potável de qualidade, enquanto há disponibilidade de 98,06% do esgoto coletado, sendo que destes 98,47% é tratado.
“O saneamento básico é considerado um aliado na luta contra a Covid-19, sendo a água fundamental para contribuir com os cuidados intensos de higiene pessoal e limpeza que a pandemia exige. Nosso papel é assegurar a chegada de água tratada nas torneiras da população. Por esta razão, nossos serviços são classificados como essenciais e nossas equipes continuam em campo trabalhando, com cada funcionário adotando todas as medidas recomendadas para a proteção da saúde, sua e dos nossos clientes”, afirma Bruno Ravaglia.