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Arqueologia capixaba: Nazistas no Espírito Santo

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Marcio do Nascimento Santana
A temível suástica

O primeiro dever do Historiador é não trair a verdade, não calar a verdade, não ser suspeito de parcialidades ou rancores. Cicero

 

Nazismo no Brasil, um breve resumo

Após o termino da Primeira Guerra Mundial, os nazistas que não foram capturados começaram a fugir, espalhando-se pelo mundo. E o mesmo padrão de fuga ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, onde um dos destinos favoritos desses criminosos de guerra foi a América do Sul, em  especial o Brasil. O principal motivo dessas fugas era o fato que vários nazistas, uma vez capturados, poderiam ser julgados e condenados pelo Tribunal de Nuremberg.

Uma vez no Brasil, os nazistas em sua grande maioria se  estabeleceram em São Paulo, cujo fugitivo mais famoso dessa estirpe, a residir nesse estado, era o Anjo da Morte, também conhecido como Josef Mengele, que veio para o Brasil a partir de 1960 com um nome falso, para escapar dos implacáveis caçadores de nazistas, porém veio a falecer de afogamento no litoral paulista de Bertioga em 1979. Seu corpo foi desenterrado em 1985 onde foi exumado e sua identidade foi confirmada.

 

Nazismo no Espirito Santo

O Espirito Santo também foi um reduto de nazistas, entre eles o enigmático Max Stenzler, um soldado alemão, de constituição física franzina e atarracada, e que, sem família,  desembarcou em terras capixabas por volta do ano de 1930, logo após o término da Primeira Guerra Mundial. Ele veio para o nosso estado junto com o senhor Kaiser e sua esposa e filha, a convite do senhor Franz Omisoge que o ajudou a se estabelecer na cidade de Pancas, que na época pertencia ao município de Colatina, mais especificamente na região dos Pontões Capixabas, onde fixou residência.

Era um homem solitário e austero, trabalhava nas lavouras de café e pelo seu comportamento arredio, mais o fato do mundo estar presenciando os males da causa nazista, ele era temido, além de não inspirar o mínimo de confiança aos pacatos moradores do local.

 

Uma das únicas fotos de Max Stenzler

 

A sua casa ficava dentro da mata e bem distante da cidade, uns sete quilômetros aproximadamente, e morava em um local de posição estratégica privilegiada, afinal só havia um caminho para chegar até lá e também para sair. Logo ele poderia avistar qualquer pessoa que estivesse se aproximando para recepcioná-la ou emboscá-la. Uma perfeita estratégia de ataque, defesa e fuga.

    Possuía  hábitos atípicos e bizarros, andava sempre com uma cruz da suástica no braço e havia em sua residência, objetos que faziam menção ao nazismo, principalmente vários livros com o temido símbolo  nas capas e sempre que escrevia um texto em sua caderneta de alemão  gótico, desenhava a famigerada cruz nazista como uma forma de assinatura. Essa mesma caderneta, por suas anotações, supostamente o ligava ao Partido Nazista no Brasil.

    Era um homem completamente antissocial, e não se misturava com os demais moradores de Pancas e sempre  se escondia na mata caso desconfiasse de alguém que o visitasse e se alimentava de carne de mula, cobra e outros animais, e muita das vezes em estado de putrefação, e os preparava e armazenava no fumeiro, também gostava de deitar e rolar na lama, um ritual, amigo leitor, que nem os moradores conseguiam explicar. A sua casa era rústica…e ali vivia entrincheirado.

    Ele se comportava como se ainda estivesse na guerra;

O Main Kampf

    Existe uma lenda sobre os livros que pertenciam a Max Stenzler e que de acordo com relatos dos moradores, um desses livros seria o Main Kampf (Minha Luta), o livro escrito por Adolf Hitler.

    Esse livro era um dos raríssimos exemplares originais dessa obra. E foi encontrado por um pastor da igreja luterana, com as bordas rabiscadas, e segundo a História Oral, esse livro desapareceu do acervo de Pancas, possivelmente foi furtado e vendido a um altíssimo preço.

    Max Stenzler era tido pelos moradores como um homem inteligente e letrado, e dizem os moradores de Pancas, que ele dominava sete idomas, inclusive chegou a dar aulas de alemão aos moradores  e nessas aulas citava trechos do livro do Fuhrer.

O Assasinato 

    Anos mais tarde foi preso por assasinato, ao matar o seu amigo Kaiser, para ficar com a mulher dele, e também a menina adolescente filha do casal, a golpes de facão. Ele chegou a confessar a um amigo que matou e enterrou os corpos no chão da cozinha de sua casa.

    Ao ser capturado, porém, conseguiu fugir da policia ao saltar da Ponte Florentino Avidos, mas foi recapturado nas margens do rio.

    Na cadeia escreveu uma carta com seu próprio sangue, e a enviou para o presidente Getúlio Vargas, e conseguiu anistia no Brasil. Mais tarde, em liberdade, conseguiu uma pensão do governo alemão e depois de cometer os crimes em Pancas, Stenzler teria vendido as terras por dez mil contos de réis e foi parar em Itueta, Minas Gerais, onde havia uma  colônia alemã luterana como em Pancas.

    Por ser um soldado alemão e possivelmente um  desertor, ele recebeu o perdão do governo alemão no ano de 1960.

     Seus últimos dias foram em Itueta, perto dos 100 anos de idade, relembrou o fazendeiro Frederico Ortlieb. Ele foi o autor da única foto do fugitivo alemão, que viveu na região do atual monumento do Parque Nacional dos Pontões Capixabas.

    Atualmente sua casa no interior de Pancas não existe mais, apenas ruínas e ecos de um passado sombrio e distante.

Para saber mais:

https://www.google.com/amp/s/super.abril.com.br/historia/nazistas-entre-nos/amp/

Video

Marcio do Nascimento Santana, Historiador com formação em Arqueologia, Montanhista e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Cachoeiro de Itapemirim
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