Pouco antes de escrever esta que é a minha primeira coluna aqui, descobri que no dia 23 de janeiro é comemorado o dia da escrita em papel e me perguntei: será que ainda são muitos aqueles que, como eu, amam o papel?
Foi no papel que fizemos os primeiros rabiscos e, depois, as primeiras letras, sílabas, palavras, frases, até chegarmos aos textos, mais curtos ou mais longos, aos quais nossa imaginação nos levou.
Escrever em papel exercita várias das nossas habilidades e nos traz intimidade com esse meio físico que acaba por se tornar parte de nós, da nossa história e da nossa produção. Apesar da facilidade de escrever em dispositivos eletrônicos, como eu faço no momento em que escrevo para vocês, nunca pensei em abandonar o papel, seja sob a forma de planejadores, blocos de rascunhos ou de recados, cadernos e tudo o mais que as papelarias puderem oferecer.
A leitura em meio físico também nos permite sensações que a tela não pode nos dar. Vejo muita gente lendo livros no transporte público e sinto o alívio de saber que, ao contrário do que se previa, há mais de duas décadas, o livro impresso não acabou e nem deve acabar tão cedo. Mudam as formas de se produzir e consumir informação, mas nosso amor pelo papel permanece!