Qual a importância de um cineclube cachoeirense independente, que resgata memórias, compartilha histórias e promove muitas atividades e debates que reúnem os aficcionados por filmes, saraus e outras atividades culturais naquela que já foi conhecida como a Atenas Capixaba ?
E que também exibe todo tipo de filme, mas especialmente os que têm menos abertura no cinema comercial, inclusive obras com algumas temáticas sociais mais específicas, mas que está aberto a todo o tipo de filme?
Quem responde é um dos representantes do CineClube Jece Valadão, o jornalista Lucas Schuina. Ele relata um pouco da história do único cineclube de Cachoeiro de Itapemirim, fundado em 22 de junho de 2006.
Segundo conta, tudo começou a partir de uma iniciativa surgida dentro da gestão da Secretaria de Cultura da época.
“Um dos membros-fundadores mais destacados, e que está conosco até hoje, é o Beto Souza, que atuava na Secretaria de Cultura e já tinha um histórico como cineclubista da década de 60”, esclarece Schuina.
O jornalista destaca, contudo, que apesar de ter surgido na gestão do poder público, o Cineclube Jece Valadão sempre foi uma organização independente.
“O próprio Jece Valadão participou da solenidade de fundação e dava algumas contribuições, mas ele acabou falecendo naquele mesmo ano, em novembro’, informa.
Lucas relata que entre os projetos abraçados pelo Cineclube está o projeto “Bar, Cinema e Ação”, quando um integrante diferente a cada sessão é responsável por escolher um filme de sua preferência para exibir e puxar o debate.
Desde a sua fundação até agora o cineclube não para, e mesmo em tempos de pandemia, realizou sessão de filmes brasileiros focados na temática do trabalho.
“Aconteceu entre 2020 e o início deste ano o lançamento da décima edição da revista do cineclube, com textos sobre o “Cinema e Proteção Mútua”, ressalta.
Outra ação do Cineclube, realizada entre os dias 24 de maio e seis de junho foi o 1º Festival Tela Curta Cachoeiro, evento online e gratuito, dedicado a curtas-metragens realizados com dispositivos móveis e outras formas alternativas de produção, com a participação de mais de duas mil pessoas, complementa Schuina.
Memória Viva de Cachoeiro
Além das mostras temáticas, o representante do Cineclube aponta como muito importante o projeto Memória Viva de Cachoeiro, que busca abordar questões históricas do município em vídeos e publicações impressas.
Ele conta do documentário e revista especial sobre o Centro Operário, lançados em 2019. “ Foi o projeto ‘Cinema e Proteção Mútua’, que proporcionou a realização de várias sessões, quase todas pela internet”.
Fazem parte da gestão atual do Cineclube Jece Valadão, além de Schuina, Jéssica Grilo, Tamiris Marchiori, Victorhugo Amorim e o membro-fundador Beto Souza, acrescenta Lucas.
“ Mas temos várias outras pessoas que acompanham nossas atividades com alguma regularidade, mesmo que não se envolvam diretamente. Além disso, é importante destacar que o cineclube é uma organização aberta a todos e todas que queiram somar conosco”, pontua.
Apaixonado pelo trabalho que desenvolvem, Lucas Schuína faz mais uma observação. “ É muito importante ressaltar que cineclubismo é uma atividade coletiva. Ninguém é dono de cineclube. Todos trabalham em conjunto. E Cachoeiro nunca sai de pauta para a gente”.
Cineclube Jece Valadão em fotos
Jece Valadão e sua ligação com Cachoeiro
Jece Valadão, nascido Gecy Valadão em Murundu, distrito de Campos, no interior do Rio de Janeiro, foi criado em Cachoeiro porque seu pai, que era ferroviário, foi transferido para a cidade.
Conhecido como o maior cafajeste do cinema nacional por seus papéis, participou de mais de cem produções (filmes, novelas e séries), seja como ator, diretor ou autor.
Entre os filmes estão “Garrincha – Estrela Solitária” (2003), “Em Nome de Jesus” (2003) e “O Cangaceiro” (1997)
Na TV, fez participações especiais nos seriados “Sob Nova Direção” e “A Diarista” e na novela “Bang Bang”, além da série “Filhos do Carnaval”, transmitida pelo canal HBO.
Entre os filmes clássicos de que participou estão “Os Cafajestes” (Ruy Guerra, 1962), “Idade da Terra” (Gláuber Rocha, 1980), “Rio 40 graus” (Nelson Pereira dos Santos, 1955) e “O Boca de Ouro” (Nelson Pereira dos Santos, 1962).
Por “Rio 40 Graus”, Jece ganhou um prêmio de melhor ator por seu papel de malandro. Curiosamente, recusaram-se a lhe dar o prêmio, achando que era mesmo um marginal do morro – ele só recebeu depois de provar o contrário.
Jece Valadão morreu em São Paulo no dia 27 de novembro de 2006 e foi enterrado em Cachoeiro, como era seu desejo.
Fonte:
Folha/Uol
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