Montar um quebra-cabeça de 500 peças, estudar pela internet, fazer exercícios físicos, fabricar máscaras contra a Covid-19 para doação. O que poderiam ser consideradas atividades triviais do dia a dia viraram aliadas de primeira linha para pessoas que fazem tratamento de câncer em plena quarentena.
A assistente jurídico Edijanira Zuliane Campos, 45 anos, da Serra, descobriu o câncer de mama em 2015. Depois de passar por sessões de radioterapia no Instituto de Radioterapia Vitória (IRV) e quimioterapia, ela superou o tumor e segue em tratamento com medicação oral e infusão a cada 90 dias, além de se submeter a exames de controle.
Nesses tempos de isolamento social, Edijanira descobriu três atividades que lhe garantem diversão: fazer cursos on-line na área de Direito, montar quebra-cabeça e fazer atividade física com a filha Rebeca, de 9 anos, que é karateca.
“Nesse período de quarentena tenho feito cursos on-line de Direito para me atualizar e me exercito duas vezes por semana com minha filha. Também separei um lugar da casa pra montar um quebra-cabeça de 500 peças. Qualquer um da família passa e monta”, conta Edijanira.
Alegria em ajudar
A recreadora Larrubia Coimbra, 61 anos, superou um câncer de mama em 2018 e segue em tratamento com medicação oral e consultas periódicas. Durante a pandemia, descobriu um hobby que lhe permite ajudar outras pessoas: está confeccionando máscaras de tecido.
“Faço máscaras de pano para doação. É um hobby que me faz bem, ainda mais agora que a gente não pode sair de casa”, disse Larrubia, moradora de Vila Velha.
Música e exercícios
Já a autônoma Karina Constantino Duarte, 33 anos, da Serra, conta que a música e a atividade física têm sido suas companheiras. Ela enfrentou o câncer de mama em 2019, passou por cirurgia e radioterapia. Hoje faz acompanhamento periódico com medicação oral.
“Gosto muito de me exercitar em casa e ouvir música. Tenho uma filha de 6 anos e ela gosta de se exercitar comigo. Tento pensar positivo e sempre acredito que fases ruins passam”, diz Karina.
Impacto emocional
A radio-oncologista Lorraine Juri, do IRV, explica que pessoas com câncer muitas vezes já ficam mentalmente fragilizadas pelo diagnóstico, prognóstico e pelo enfrentamento do tratamento. Associado a isso, a pandemia de coronavírus e as medidas de distanciamento social podem deixá-las ainda mais negativamente impactadas emocionalmente.
“Todos os envolvidos no tratamento oncológico precisam estar com a estrutura emocional fortalecida. Observo na prática clínica que os pacientes que estão com a saúde mental mais leve, que conseguem se desconectar do ‘mundo do câncer’ de alguma forma, conseguem aliviar o estresse do tratamento oncológico”, afirma a especialista.
A médica afirma que ter um hobby ou uma atividade que traga alegria podem ajudar.
“Ter uma distração nesse período de quarentena é importante para qualquer um de nós, em especial para os pacientes com câncer. Ocupar a cabeça e manter mente e corpo sãos para encarar os desafios do tratamento oncológico”, diz Lorraine Juri.
Segundo ela, alguns sintomas podem indicar que a saúde mental não vai bem.
“Alterações do humor, problemas com o sono, mudanças de apetite, desorientação de tempo e espaço, raciocínio ilógico e apatia são alguns desses sinais. É importante ressaltar que só um especialista pode diagnosticar e tratar qualquer doença mental”, alerta a médica.
Sobre o IRV
Fundado em 2005, o Instituto de Radioterapia Vitória (IRV) é a única clínica privada do Espírito Santo para o tratamento de câncer por meio deste serviço. Funciona nas dependências do Vitória Apart Hospital, na Serra, com tecnologia de ponta e equipe altamente qualificada que tem como filosofia de trabalho o acolhimento dos pacientes.
O IRV possui convênio com os maiores planos de saúde do Espírito Santo, como Unimed, Samp, São Bernardo, Bradesco Saúde, MedSênior, Pasa/Vale, ArcelorMittal, Petrobras, Cassi (BB), Saúde Caixa, Banescaixa, Amil, entre outros.