A VLI, administradora da Ferrovia Centro-Atlântica desde 2011, afirma que a companhia monitora permanentemente a rede ferroviária e ressalta que os trechos indicados pelo engenheiro, comerciante e pesquisador Paulo Henrique Thiengo não contam atualmente com operações de transporte de cargas.
Paulo Thiengo, talvez o defensor mais contundente que as ferrovias na região sul do espírito Santo já tiveram, em entrevista ao nosso jornal denunciou o que considera descaso e negligência da companhia com relação à preservação da malha ferroviária.
As denúncias foram feitas diante dos constantes roubos de talas de junção, chapas de apoio e trilhos, sem que segundo Thiengo, a concessionária dê uma resposta satisfatória a esses episódios que já erradicaram trechos inteiros de ferrovias, como o trecho entre Mimoso do Sul e Dona América, que não existem mais.
Demandamos a VLI com as seguintes perguntas:
-Como o contrato de concessão ainda está em vigor, o que a VLI vai fazer para solucionar esse problema recorrente de roubo de trilhos?
– Os cerca de 30 km que já foram roubados serão recompostos?
– As barreiras que foram se acumulando ao longo dos anos sobre as ferrovias por falta de manutenção serão limpas e retiradas?
– Há muitos entusiastas e ongs ligadas à preservação ferroviária. Qual a possibilidade da VLI fazer convênios com elas para ajudar na manutenção desses espaços, sem ônus para a concessionária, que permitisse uma presença regular e constante que impedisse esses roubos?
A concessionária emitiu nota oficial sobre o assunto:
“A VLI, administradora da Ferrovia Centro-Atlântica, esclarece que os trechos indicados, atualmente, não contam com operações de transporte de cargas.
A companhia monitora de forma permanente a extensão ferroviária por intermédio de equipes de proteção ao negócio.
Ações criminosas, porém, eventualmente defrontam as ações de segurança, como no caso da quadrilha detida na última semana em Atílio Vivácqua.
A companhia reforça que contribui continuamente com as investigações e sempre que identifica atividades suspeitas, aciona as respectivas instâncias de segurança pública.
Há inquérito instaurado pela Polícia Civil de Cachoeiro de Itapemirim, que monitora e apura o envolvimento de outros indivíduos com esta prática criminosa ao longo da malha que percorre a região.
A empresa pontua ainda que estabelece parcerias com o poder público em algumas localidades em busca de soluções para a destinação do lixo descartado pela comunidade e que a operação ferroviária não é a geradora do lixo.
Um novo emprego e a eventual destinação de trechos precisam ser tratados, dentro dos dispositivos legais da concessão ferroviária, entre empresa e órgão regulador.
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