O prefeito de Ibitirama Paulo Lemos (PSD), na região do Caparaó, anunciou por meio das redes sociais na manhã desta quinta-feira (28) que renunciou o cargo por motivos de saúde. No vídeo publicado, ele fez o balanço das finanças e denunciou possíveis irregularidades e superfaturamentos nas obras de manutenção e reforma das escolas do município.
“Eu tenho que fazer um tratamento médico, que eu já adiei muito porque eu trabalhar, mas agora tenho que me cuidar. Fiz meus dois primeiro mandatos, de 2001 a 2008, depois vieram administrações que governaram por 12 anos. Depois, encontrei um município sem dinheiro, sem recursos. E obras? Nenhuma obra. Apenas obras do Governo do Estado. Não houve nada mais. Esses 12 anos de diferença, em que só cuidaram de interesses individuais dos administradores, criou-se uma cultura de exploração municipal”, disse ele nas imagens.
Paulo Lemos citou, ainda, alguns possíveis casos de corrupção na prefeitura.
“Vou dar um exemplo: fizemos uma licitação e apareceu a medição da obra no valor de R$ 843 mil, que o empreiteiro orçou. Mandei fazer a nossa e o valor caiu para R$ 260 mil. Houve superfaturamento nos projetos e até escolas construídas com paredes ocas. Com esses exemplos das escolas, revoguei uma obra para construção de uma quadra, não vou permitir um processo claramente fraudulento. Fizemos contato com o promotor para que os envelopes do processo licitatório fossem abertos com a presença dele e ali se confirmou mais uma tentativa de fraude. Isso deve ter acontecido durantes este 12 anos”.
Lemos que já foi prefeito em Ibitirama por dois mandatos, de 2001 a 2008 e governou Alegre por um mandato, 2004 a 2008. Em 2006, ele foi condenado pela Justiça Federal por fraudar licitação para aquisição de ambulâncias. O caso ficou conhecido como “Máfia das Sanguessugas”.