A princípio, o flamboyant localizado na Praça Jerônimo Monteiro, em frente à fachada principal do prédio da Câmara de Cachoeiro, não será cortado.
Isto porque a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) vai entregar ao Legislativo cachoeirense, ainda esta semana, um parecer técnico sobre a efetiva situação do flamboyant.
O documento vai indicar também possíveis alternativas de tratamentos para salvar a árvore e prolongar o seu tempo de vida, evitando a extração imediata.
“Vamos aguardar o laudo e realizar os procedimentos sugeridos. Nossa intenção é preservar o flamboyant, de forma segura para os transeuntes”, diz o presidente da Câmara, Brás Zagotto, garantindo que as providências serão iniciadas já na próxima semana.
Além de Brás e servidores da Câmara, participaram da reunião o promotor de Justiça Ambiental de Cachoeiro, Wagner Eduardo Vasconcellos; a secretária municipal de Meio Ambiente, Luana Fonseca; os representantes do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Cláudio Vilarinho, e da ONG Caminhadas e Trilhas, João Luz Madureira. Também estiveram presentes os servidores da Semma Jônio Pizzol Caliman, engenheiro florestal, e Maelle Barbiere, subsecretária de gestão ambiental.
A reunião aconteceu embaixo da árvore, cuja situação impressionou os presentes: além do ocamento na parte inferior do tronco, onde há um buraco de cerca de dois metros de profundidade, notou-se a presença de buracos menores em galhos secundários mais antigos, forte presença de vegetação parasita e evidência de ninhos de maribondo e cupins em toda a copa.
Caliman, que é doutorado em Ciência Florestal pela Universidade Federal de Viçosa, apresentou aos presentes suas impressões iniciais e esclareceu dúvidas.
Segundo ele, a primeira providência deve ser a realização de uma poda radical, para melhorar a possibilidade de recuperação do tronco, além de reduzir o peso da árvore e o risco de queda.
Em seguida, deve-se promover o escoramento do tronco e o diagnóstico da situação das raízes, para verificar a necessidade de tratamento.
E, além disso, será necessário empregar a técnica denominada dendrocirurgia, ou seja, a desinfecção e preenchimento das partes ocas com material inerte específico, que não alimente fungos e formigas.
Mas, segundo o especialista, nem mesmo a realização de todos os procedimentos podem determinar se o flamboyant irá se recuperar totalmente ou, caso isso ocorra, por quanto tempo continuará saudável.
“Como todos os seres vivos, as árvores têm o seu tempo de vida. Não podemos ignorar o processo de senescência, ou seja, o seu envelhecimento natural”, alertou Caliman.
Os custos e a realização dos procedimentos indicados no parecer ficarão sob a responsabilidade da Câmara Municipal, e a Secretaria de Meio Ambiente dará o suporte operacional e técnico necessário.
“Vamos fazer tudo o que for possível para manter o nosso flamboyant, que é uma árvore simbólica e muito querida pelos cachoeirenses”, garantiu Brás, acrescentando que a Câmara está aberta a sugestões de outros especialistas que queiram auxiliar neste processo. “Não podemos desprezar nenhum conhecimento técnico”, finalizou